31 de dezembro de 2024

Nísia sabia de órgãos com HIV há 1 mês, mas não investigou

Ministério considerou que não havia evidências para dar seguimento a uma apuração

Por: Valdir Justino

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, admitiu que sua equipe já sabia há um mês de que pacientes foram contaminados por HIV após passarem por transplantes no Rio de Janeiro, entretanto, não investigou o caso por falta de evidências. De acordo com a ministra, não havia necessidade de acionar as autoridades antes da denúncia, que só foi feita na última sexta-feira (11). A pasta de Nísia tomou conhecimento do primeiro caso de infecção no dia 14 de setembro.

A polícia suspeita que o laboratório PCS Lab Saleme, responsável por testar os órgãos para verificar se eles estavam aptos para doação, reduziu o controle de qualidade a fim de economizar. Até o momento, foram presos o responsável técnico do laboratório, Ivanilson Fernandes dos Santos; o ginecologista e sócio do PCS Lab Saleme, Walter Vieira; a funcionária Jacqueline Iris Bacellar; e o técnico Cleber de Oliveira Santos.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que agiu rapidamente para mitigar os danos e proteger os pacientes. Também manifestou seu “irrestrito apoio” às vítimas e seus familiares.

Entre as medidas tomadas pela pasta após o caso vir à tona, está a interdição do laboratório e a ordem de que o Hemorio fique responsável pela testagem dos doadores no Rio de Janeiro. A PCS Lab Saleme havia sido contratada pelo governo do estado diante de uma sobrecarga no Hemorio.

– Apenas quando se caracteriza suspeição de possível ação criminosa é que a polícia deve ser acionada. E a partir do momento que novos casos foram verificados e que indícios começam a ser levantados, é que eu procurei a Polícia Federal, que é o papel que cabe a uma instância federal – justificou ela à Band.

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