3 de dezembro de 2024

Conhecido por “Lucifer”, Psicopata mata 50 membros do PCC e tira vísceras das vítimas

Lúcifer rompeu com o PCC, alegando que a organização havia se desviado de seus princípios originais, focando apenas no lucro

Por: Valdir Justino

Texto: Mirelle Pinheiro, Carlos Carone

Marcos Paulo da Silva (foto em destaque), conhecido como “Lúcifer”, é uma figura que desperta horror até mesmo entre os criminosos mais endurecidos do sistema prisional brasileiro. Fontes ligadas à segurança pública afirmam que, atualmente, o criminoso “enlouqueceu” em prisão de São Paulo.

Diagnosticado com psicose e transtorno de personalidade antissocial, ele é responsável por um rastro de violência sem precedentes, confessando, com orgulho, a autoria de 50 assassinatos brutais dentro de presídios de São Paulo.

A história de Lúcifer é uma das mais sombrias do submundo do crime no Brasil, marcada por sua ruptura com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e pela fundação de uma facção ainda mais temida: a Irmandade de Resgate do Bonde Cerol Fininho.

Preso pela primeira vez em 1995, aos 18 anos, por furto e roubo, Marcos Paulo da Silva entrou para o PCC pouco depois de ser encarcerado. Aos 19 anos, ele já era um integrante ativo da maior facção criminosa da América do Sul, participando de ações violentas dentro do sistema carcerário.

Contudo, em 2013, Lúcifer rompeu com o PCC, alegando que a organização havia se desviado de seus princípios originais, focando apenas no lucro e abandonando sua suposta missão de proteção dos presos. Esse rompimento marcou o início de uma onda de terror.

De acordo com a desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, Lúcifer passou a ver o PCC como um inimigo a ser exterminado. Em decorrência da rivalidade, o criminoso fundou a Cerol Fininho, um grupo dedicado a eliminar, com requintes de crueldade, integrantes do PCC e de outras facções rivais.

O nome “Cerol Fininho” faz referência à prática de usar linhas cortantes, misturadas com vidro e cola, para ferir os oponentes – uma metáfora para as execuções brutais promovidas pelo grupo.

A crueldade dos assassinatos cometidos por Lúcifer e seus seguidores se tornou um cartão de visita da Cerol Fininho. Em fevereiro de 2015, na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, guardas prisionais encontraram os corpos mutilados de Francinilzo Araújo de Souza e Cauê de Almeida, com abdômen aberto, vísceras arrancadas e cabeças decepadas. Esses crimes, como outros tantos cometidos por Lúcifer, eram realizados com um ritual macabro: após a execução, o assassino escrevia “Cerol Fininho” nas celas com o sangue das vítimas.

Entre os crimes mais notórios de Lúcifer está o massacre de cinco detentos na Penitenciária de Serra Azul, em 2011. Durante a execução, ele gritava que gostaria de matar ainda mais, numa demonstração de sua psicopatia. Em outro episódio, Lúcifer e seus comparsas fizeram reféns vários agentes penitenciários e usaram um estilete artesanal para decapitar suas vítimas.

Assassino de aluguel
Apesar de ter rompido com o PCC, Lúcifer não perdeu completamente o contato com a facção. Em 2017, durante a Operação Echelon, que prendeu 75 líderes do PCC em 14 estados, foi revelado que o próprio PCC tentou contratar Lúcifer para assassinar José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, chefe da Família do Norte (FDN), rival do PCC no tráfico de drogas em Manaus.

Embora a tentativa tenha falhado devido à intervenção das autoridades, o fato ilustra a temida reputação de Lúcifer.

“Referente às ideias de tentar usar o Lúcifer para pegar o Zé Roberto FDN, é isso mesmo. Pedimos para vocês fazerem esse salve [comunicado] chegar na meta [cela] dele que, se ele fecha nessa situação, ele terá todo nosso apoio no que precisar e poderá voltar para nossa cadeia como companheiro. Ele tem nossa palavra, pois ele tava ajudando vingar a morte de vários irmãos”

Hoje, com penas acumuladas de 217 anos e três meses de prisão, Lúcifer continua sendo uma figura central no terror que permeia as prisões brasileiras. 

Sua presença em qualquer penitenciária é motivo de pânico, tanto para presos quanto para guardas, e ele é constantemente transferido de unidade para unidade, em uma tentativa de o sistema penitenciário conter sua violência.

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