O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão que atua na prevenção e combate da lavagem de dinheiro no país, teve uma queda drástica em seu orçamento, e o valor que terá para gastar em 2024 será o menor dos últimos cinco anos. A informação foi divulgada em uma reportagem publicada pelo portal UOL.
De acordo com o veículo, o Coaf tem em seu orçamento uma quantia de R$ 17,6 milhões para despesas discricionárias – aquelas que não são vinculadas a gastos obrigatórios, como folha de pagamento. O valor é cerca de 30% menor do que o órgão tinha disponível no ano passado e o mais baixo desde 2019, considerando os números atualizados pela inflação.
Os recursos em questão são utilizados em gastos como diárias, passagens aéreas, contribuições para organismos internacionais, serviços de tecnologia de informação e equipamentos. No ano passado, o Coaf tinha R$ 23,6 milhões para esse tipo de despesa e utilizou 99,8% do valor.
De acordo com o UOL, o sistema que registra os pagamentos do governo federal mostrou que já foram empenhados R$ 8,4 milhões para o órgão neste ano, o que representa cerca de 48% da verba disponível para 2024 inteiro.
Sobre o corte, o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, disse que o Coaf tem “papel fundamental no combate ao crime organizado”, mas que a redução no orçamento pode ser resolvida com boa gestão.
– A diminuição do orçamento é uma realidade que todos nós enfrentamos hoje no Brasil, em todas as esferas. Com boa gestão, nós confiamos que o Coaf vai continuar exercendo o seu papel fundamental nesse contexto de identificar movimentações financeiras suspeitas – justificou.
Criado em 1998, durante o governo FHC, o Coaf produziu nos últimos anos relatórios que foram utilizados como base para as principais investigações de lavagem de dinheiro do país, como, a Lava Jato, na qual foram incluídas informações sobre movimentações atípicas de Lula e seus filhos.