A ex-sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Tamyla Guedes de Souza (foto em destaque), indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por aplicar uma série de golpes na capital do país e em Goiás, enganava as vítimas por meio da falsa venda de consórcios supostamente contemplados.
A estelionatária, porém, teria embolsado o dinheiro pago pelas vítimas após enganá-las, segundo as investigações. Um grupo de 45 pessoas formado por servidores públicos e empresários amargou um prejuízo próximo a R$ 800 mil.
A golpista usava uma lábia afiada para atrair pessoas do próprio círculo de amizades e aplicar o golpe, que envolvia supostas cartas de crédito e consórcios para aquisição de veículos e imóveis, de acordo com as PCDF.
Veja fotos da investigada:
Ela foi condenada em primeira instância na Justiça Militar pelo crime de desvio de dinheiro público Reprodução
Relatos das dezenas de vítimas, que constam em ao menos 39 ocorrências policiais, revelam que a ex-sargento padronizou a forma de cometer o estelionato.
“Ela sempre afirmava para os amigos, e até familiares, fazerem as transferências, com a promessa de que seriam contempladas com os valores da carta, mas após o repasse dos valores, Tamyla não enviava a carta de crédito prometida”, contou uma das vítimas ouvidas pela coluna Na Mira, que preferiu não se identificar.
Em um dos casos, a golpista simulou vender uma carta de crédito de R$ 350 mil para uma das amigas. A vítima chegou a desembolsar R$ 27 mil como ágio, “para garantir” a compra. No entanto, após receber os pagamentos via Pix, a ex-sargento inventava uma infinidade de desculpas e jamais devolvia o dinheiro.
Denúncia
O caso foi investigado pela 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) e aguarda oferecimento de denúncia pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Fontes ouvidas pela coluna Na Mira detalharam, ainda, que a estelionatária – que nunca mais foi vista pelas vítimas – teria torrado em jogos de azar hospedados em plataformas digitais, como o “Jogo do Tigrinho”, a quantia obtida.
Tamyla chegou a ser condenada em primeira instância na Justiça Militar pelo crime de peculato, entre 2018 e 2019, época em que integrava os quadros da FAB. Contudo, como era sargento temporária, ela acabou expulsa da Força Aérea após a sentença.
Expulsão da Aeronáutica
A coluna Na Mira apurou que os crimes praticados por Tamyla começaram em 2018, quando ela tinha 21 anos e era servidora da Aeronáutica. A então militar foi desligada da FAB devido à condenação por desvio de recursos públicos.
O processo que tramitou na Justiça Militar detalhou que, de 1º de julho de 2018 a 31 de março de 2019, ela redirecionou R$ 82 mil de recursos pertencentes à União.
O crime ocorreu no período em que esteve à frente da Secretaria de Alojamento, segundo as apurações do caso à época. O dinheiro era proveniente de pagamentos de diárias de hospedagem efetuados em espécie.
Tamyla se valeu da função de encarregada da secretaria do hotel e alojamento de trânsito do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) I para cometer os desvios.
A reportagem não conseguiu contato com a ex-militar. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.