Seis pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (16/12) suspeitas de integrarem um esquema criminoso de clonagem de sites e perfis de pousadas para aplicar golpes em turistas. Os alvos eram pessoas que buscavam hospedagem em Pirenópolis, um dos principais destinos turísticos de Goiás.
Os mandados de prisão foram cumpridos em Goiânia (GO), Belém (PA) e Taboão da Serra (SP). De acordo com as investigações, o grupo movimentava cerca de R$ 20 mil por dia com estelionatos virtuais. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), responsável pela ação, apurou que alguns dos envolvidos no esquema são ligados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e teriam movimentado aproximadamente R$ 13 milhões nos últimos dois anos.
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Batizada de Operação Sem Reversas, a ação representa a terceira fase de investigações que miram golpes envolvendo falsos anúncios de pousadas em Pirenópolis. As apurações indicam que os suspeitos induziam as vítimas a realizarem pagamentos por serviços de hospedagem inexistentes, utilizando uma estrutura organizada, com divisão clara de funções.
Segundo a PCDF, os valores arrecadados com os golpes eram transferidos para contas de terceiros e, posteriormente, lavados em casas de câmbio no Paraguai ou por meio de criptomoedas, dificultando o rastreamento.
Esta é a terceira operação deflagrada com foco nesse grupo com atuação em Pirenópolis. Em março deste ano, a segunda fase das investigações resultou no cumprimento de oito mandados de prisão em Goiânia, com o objetivo de desmantelar o mesmo esquema. Já a primeira ação, denominada Operação Pireneus, foi deflagrada em novembro de 2024 e prendeu três pessoas, que hoje respondem a ações penais pelos crimes de estelionato e organização criminosa.
Modus operandi
Os policiais apuraram que os criminosos utilizavam principalmente o Instagram para divulgar ofertas de hospedagem com preços atrativos. Após o primeiro contato, as negociações eram feitas via WhatsApp, onde os suspeitos se passavam por proprietários ou responsáveis legais das pousadas.
Durante as conversas, eram apresentados contratos falsos, com timbres e logomarcas das pousadas verdadeiras, para dar aparência de legitimidade à negociação. As vítimas então eram induzidas a realizar pagamentos via PIX e, logo após a transferência, eram bloqueadas no aplicativo de mensagens.
Em muitos casos, os turistas só descobriam que haviam sido vítimas do golpe ao chegarem em Pirenópolis e constatarem que não havia qualquer reserva em seus nomes. A polícia identificou ainda o uso de diversos perfis falsos no Instagram, múltiplas contas bancárias e diferentes códigos PIX, evidenciando a estrutura hierarquizada e organizada do esquema.