Maria do Socorro Azevedo, a mulher que diz ser filha de Pelé, fez um requerimento na Justiça pedindo a exumação do corpo do ex-jogador, que morreu em 29 de dezembro de 2022, em decorrência de um tumor no cólon.
Ao jornal Estadão, o advogado de Márcia Aoki, a viúva de Pelé, classifica a medida como “descabida” e acredita ser “improvável” o acolhimento do pedido.
Pelé respondia na Justiça a uma ação de paternidade movida por Maria, que é representada pela Defensoria Pública de São Paulo e alega ser sua filha, o que a tornaria também herdeira legítima da herança do jogador. O ex-atleta não recorreu e decidiu que ia fazer o teste de DNA, mas acabou morrendo antes de realizar o exame. Ele citou a possibilidade de ter outra filha.
Os filhos de Pelé concordaram em realizar os exames laboratoriais antes de iniciar o debate sobre a partilha. O primeiro resultado deu negativo e o laudo de uma contraprova é aguardado. O procedimento está sendo realizado em uma clínica particular de São Paulo. Tanto a viúva, Márcia Aoki, quanto os seis filhos de Pelé concordaram com os termos deixados por ele no testamento.
Em dezembro, a Justiça de São Paulo, por meio de decisão publicada pela juíza Andrea Roman, da 2ª Vara de Família e Sucessões, determinou o cumprimento do documento.
Maria do Socorro apareceu para comentar o assunto publicamente pela primeira vez neste domingo (21), em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record. Ela, que tem 60 anos, conta que a mãe, já falecida, conheceu Pelé durante um evento no Maranhão, mas nunca comunicou a ele que havia engravidado.
Natural do Piauí, a mulher que diz ser filha do jogador decidiu pedir um exame de DNA em 2019, quando ainda trabalhava em São Paulo como empregada doméstica. Segundo a família de Pelé, o teste nunca foi realizado porque ele enfrentava sérios problemas de saúde à época.
Esta não é o única polêmica envolvendo a herança de Pelé. Márcia Aoki questiona o porcentual de remuneração pedido por José Fornos Rodrigues, mais conhecido como Pepito Fornos, ex-assessor e amigo de longa data do ex-jogador. Escolhido para ser o testamenteiro, ele pede cinco por cento do valor total, o máximo permitido por lei. Porém, a viúva de Pelé discorda, alegando que ele não cumpriu com as obrigações do testamento no processo.
Estima-se que Pelé tenha deixado fortuna de R$ 78 milhões. Edinho foi ordenado inventariante com o aval dos irmãos após Márcia Aoki abrir mão da função. O ex-goleiro pediu para administrar a herança do pai, argumentando estar mais familiarizado com os negócios da família. Em setembro, eles também concordaram com a inclusão de Gemima, enteada de Pelé, entre os herdeiros.
QUEM SÃO OS HERDEIROS DE PELÉ?
No testamento, assinado em 2020, Pelé destina 30% de todos os seus bens para a mulher Márcia – incluindo uma casa em Guarujá -, 60% a serem divididos para os seis filhos e a enteada, e outros 10% para dois netos, filhos de Sandra Regina, morta em 2006, filha que ele nunca reconheceu. Caso Maria do Socorro seja reconhecida como herdeira legítima, ela entra na divisão dos 60% com os outros filhos.
Márcia se casou com Pelé em 2016, quando o ex-jogador já tinha 75 anos. De acordo com o Código Civil brasileiro, todas as pessoas acima de 70 anos devem se casar com separação de bens. Com 56 anos, ela era a terceira mulher do atleta e o namorava desde 2010.
Antes de Márcia, Pelé havia sido casado duas vezes: com Rosimeri Cholbi e com a cantora gospel Assíria Nascimento. Edinho, de 52 anos, Jennifer, de 43, e Kely, de 54, são os filhos que Pelé teve com Rosemeri. Os gêmeos Celeste e Joshua, de 26 anos, são frutos da relação dele com Assíria. Sandra, morta em 2006 vítima de câncer, foi fruto de uma relação rápida que o ex-atleta teve com Anísia Machado, em 1966. O reconhecimento da paternidade se deu anos depois por meio de exame de DNA. Flávia Cristina é filha de Lenita Kurtz, que se relacionou com Pelé em 1969.
*AE Pleno.News