José Genoino Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
A fala contra judeus foi considerada como “preconceituosas e irresponsáveis”
Leiliane Lopes –
O Grupo Parlamentar Brasil-Israel emitiu uma nota de repúdio contra o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e ex-deputado federal José Genoino que não só apoiou uma campanha de boicote contra empresas de judeus, como sugeriu que o governo brasileiro corte relações comerciais com Israel.
Para o grupo, presidido pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), “as declarações evocam o nazismo”, uma vez que “o boicote aos judeus foi uma das primeiras medidas adotadas contra a comunidade judaica alemã pelo regime de Adolf Hitler”.
– Tais declarações foram condenadas por várias entidades. Além de serem preconceituosas, são irresponsáveis e prejudiciais, considerando os benefícios mútuos do comércio entre o Brasil e Israel. O Grupo apela à população para repudiar discursos discriminatórios e trabalhar por uma sociedade culturalmente tolerante e cooperativa – diz a nota.
A declaração questionada pelo Grupo Parlamentar Brasil-Israel foi dada por Genoino no dia 20 de janeiro, em uma transmissão ao vivo, durante participação em um programa de um blog de esquerda.
Na ocasião, ele defendeu o boicote a empresas como Magazine Luiza, que havia dado apoio a um abaixo-assinado contra a assinatura do governo brasileiro na denúncia de genocídio feita pela África do Sul contra Israel no Tribunal de Haia.
– Há, por exemplo, boicote a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, acho que o Brasil deveria cortar as relações comerciais, na área da segurança e na área militar com o Estado de Israel – disse Genoino.
A fala foi repudiada por grupos judeus como a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Federação Israelita de São Paulo (FISESP) que o acusaram de cometer antissemitismo.
Após as críticas, Genoino se defendeu e disse que “nunca fui antissemita” e que repudia “qualquer tipo de preconceito contra o povo judeu”. O petista ainda declarou que defende “a existência de dois Estados” e tem a obrigação de “denunciar o genocídio do governo de Israel contra o povo palestino”.