Relatório da Polícia Militar (PM), obtido pelo Metrópoles, mostra como funcionava o esquema que fornecia até anabolizantes ao presos encarcerados no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo.
De acordo com o documento, o cabo Nilson Moreira da Silva fornecia os anabolizantes aos presos enquanto o soldado Moreno Maximiliano recebia os pagamentos dos encarcerados pelos itens ilegais.
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O esquema está na delação do soldado Eduardo José de Andrade, de 23 anos. Ele cumpre pena de 29 anos no local por homicídio e ainda será julgado por outro assassinato, ocorrido em 2022, no interior paulista. O relato dele levou a prisão de 4 PMs que trabalham no Romão Gomes.
Eduardo mostrou como funciona a entrada de drogas, celulares e anabolizantes no Romão Gomes. Ele foi flagrado em uma cela com um carregador e um celular, em fevereiro de 2024.
Então, ao ser questionado, revelou na ocasião um esquema no qual, ao menos dois sargentos — responsáveis pela guarda da unidade — facilitariam a entrada de itens proibidos, introduzidos no presídio por familiares dos policiais presos, em uma dinâmica semelhante às cadeias convencionais. A delação foi constatada após, em fevereiro deste ano, celulares serem apreendidos com um policial que atuava como carcereiro na unidade.
Quatro presos
- Ao menos quatro policiais militares que trabalham no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana, foram presos na unidade carcerária, na última quarta-feira (11/6).
- Eles são suspeitos de receber propina para introduzir itens ilegais nas carceragens, como celulares.
A ação ocorreu após delação do soldado Eduardo Andrade, que foi flagrado em uma cela com celular e um carregador. - A Corregedoria da PM foi ao local para apurar “possíveis irregularidades”.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a incursão da Corregedoria no presídio não prejudicou o funcionamento da unidade. - Até o dia 6 de março, 202 PMs estavam presos no Romão Gomes. Desde total, 133 por “crimes comuns” e, 69, por crimes militares.
- Entre os 202 detidos, três eram PMs femininas. A corporação não esclareceu em quais condições elas eram mantidas no presídio.
O celular apreendido com Eduardo Andrade — que foi expulso da corporação — também teve o sigilo telemático quebrado. A perícia realizada no aparelho constatou que a irmã dele pegava drogas com traficantes, contatados pelo soldado. A esposa do agora ex-policial, então, recebia o entorpecente da cunhada e o introduzia no presídio.
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