Caso de fazendeiro morto nos braços da esposa ganha desfecho em Goiás

A vítima foi assassinada na frente da filha de seis anos. O magistrado destacou a ‘brutalidade, covardia e crueldade’ do crime

Por: Valdir Justino

Texto: Inglid Martins

Publicada em 5 de setembro de 2025 às 13:04
 Jorge Alex Gonçalves Tozi, de 48 anos (Foto: reprodução)

Pedro da Costa Mendes, de 29 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri de Ipameri a 20 anos, 3 meses e 22 dias de prisão em regime fechado pelo assassinato do fazendeiro Jorge Alex Gonçalves Tozi, de 42 anos, morto nos braços da esposa em 23 de junho de 2024, em uma propriedade rural de Campo Alegre de Goiás, Sudeste goiano. A decisão foi publicada na última terça-feira (2), pouco mais de um ano após o crime. O réu não poderá recorrer em liberdade.

O inquérito policial apontou que o homicídio possivelmente ocorreu por vingança ligada a dívidas. O réu chegou a confessar o crime, mas não detalhou a motivação. Segundo os autos, há indícios de que o motivo tenha relação com questões financeiras. Também foram anexados prints de ameaças recebidas pelo irmão da vítima, nos quais o autor menciona a morte da vítima e ameaça familiares caso dívidas não sejam pagas, indicando que o mesmo possa ser responsável pelo homicídio.

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Segundo a sentença, assinada pelo juiz Yvan Santana Ferreira, presidente do Tribunal do Júri, o crime foi cometido com motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. O magistrado destacou a “brutalidade, covardia e crueldade” dos disparos, apontando que Pedro atirou duas vezes contra Jorge, inclusive um “tiro de confere” quando o fazendeiro já estava ferido e caído nos braços da esposa.

A decisão considerou ainda os maus antecedentes do réu e as consequências graves para a família, que presenciou o crime — a filha da vítima, de apenas seis anos, a esposa e a sogra estavam no local e precisaram de acompanhamento psicológico.

A dosimetria da pena levou em conta as circunstâncias do homicídio. Sendo a pena-base fixada em 18 anos e 9 meses pela violência do ato, os antecedentes criminais e os danos causados. Em seguida, a presença da agravante (recurso que dificultou a defesa) foi compensada com a confissão espontânea, resultando em 20 anos, 3 meses e 22 dias de reclusão em regime inicial fechado.

Não foi estabelecida reparação financeira mínima por falta de pedido do Ministério Público, e o réu não teve direito a penas alternativas nem suspensão condicional da pena enquanto aguarda recurso.

Câmeras de segurança registraram o momento em que o réu efetuou os disparos (Foto: reprodução)

Investigação e prisão
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o crime ocorreu por volta das 15h30 do dia 23 de junho de 2024, na Região da Soledade, zona rural de Campo Alegre de Goiás. Um vídeo registrou o momento em que Pedro desce de um carro preto armado com uma carabina calibre .38 e efetua os disparos. Após atirar, o homem fugiu.

A Polícia Militar informou, na época, que Pedro foi localizado no dia 7 de julho de 2024 escondido em uma casa abandonada na zona rural de Ipameri. A arma usada no crime foi apreendida junto com R$ 300 em espécie. O acusado foi preso e encaminhado para a delegacia de Ipameri, sendo indiciado por homicídio qualificado.

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