Entre os anos de 2022 e 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) desembolsou R$ 4,4 milhões para a Orleans Viagens e Turismo, agência que está inserida nas apurações sobre a chamada “farra do INSS“. O contrato previa a emissão de passagens aéreas, montagem de roteiros e seguros de viagem para a Suprema Corte. Os registros mostram que o acordo foi encerrado no ano passado. O STF não se manifestou sobre o contrato.
A Orleans Viagens e Turismo passou a ser monitorada pela Polícia Federal após aparecer em transferências suspeitas da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares (Contag), que teve seus convênios com o INSS suspensos. Segundo a PF, a empresa recebeu aproximadamente R$ 5,2 milhões da entidade — um montante classificado como incompatível com a atividade de uma agência de viagens.
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De acordo com as investigações sobre a fraude de descontos ilegais de benefícios do INSS, a Contag teria repassado mais de R$ 26 milhões a 15 destinatários diferentes, incluindo a Orleans. Em documento enviado à Justiça, os investigadores afirmam que os valores indicam possível desvio de recursos vindos de descontos aplicados sobre aposentadorias e pensões.
Além dos repasses, a PF aponta que a Orleans possui 12 veículos, incluindo alguns de luxo e de aquisição recente — entre eles um Porsche 911, uma Dodge Ram Rampage e um Volvo XC60. Aliado a isso, uma instituição financeira realizou uma comunicação ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontando que a movimentação financeira da empresa não corresponde ao faturamento declarado.
Com a citação nas investigações, a Orleans tornou-se alvo da CPMI do INSS. O senador Izalci Lucas (PL-DF) pediu a quebra do sigilo bancário da empresa no período entre janeiro de 2019 e julho de 2025.