20 de dezembro de 2024

Os petistas asfixiam a verdade com gás e a jogam no forno crematório

Por: Valdir Justino

Já não é mais só fake news, é também delírio. Com método, mas delírio. Petistas estão dizendo nas redes sociais que Lula parou a guerra de Israel contra Hamas.

O exclamativo deputado Lindbergh Farias, por exemplo, namorado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu o seguinte na rede social X:

“O presidente Joe Biden espera cessar-fogo na Faixa de Gaza até a próxima segunda-feira! Discurso contundente de Lula sobre genocídio sacudiu o mundo. Lula parou a Guerra!”

Por onde começar? É em hora como esta que entendo a saída de Alexandre, o Grande para desatar o nó górdio. Cá entre nós, foi também por preguiça, não só como ação de marketing para mostrar que ele era o cara na Antiguidade.

A lenda dizia que quem desatasse o nó intrincado seria o rei do mundo (o nó se chamava górdio porque ficava na cidade de Górdio). Alexandre chegou, olhou e desfez o nó com um golpe de espada. Viu, então, que ele tinha várias pontas. Mas Plutarco informa que, em outra versão, Alexandre conseguiu resolver o problema desmontando o suporte no qual havia sido feito o nó. Prefiro a primeira versão.

Se eu ficasse na digressão histórica, estas linhas não fariam sentido, então vamos deixar a preguiça de lado e ir à luta, companheiro. Afinal de contas, o assunto está muito longe de ser um nó gordio. A minha preguiça é hiperbólica.

É mentira, delírio e até estupidez acreditar que Lula “sacudiu o mundo” ao comparar Israel a Hitler. Ele chocou o mundo (não muito, dada a nossa providencial falta de importância) e conseguiu a façanha de ser o primeiro presidente do Brasil a ser considerado persona non grata por outro país — e a ser elogiado por um grupo terrorista, o Hamas.

Lula, aquele que tem sempre razão, não “sacudiu o mundo” e muito menos parou ou vai parar a guerra em Gaza. Se houver cessar-fogo, será por obra de Estados Unidos, Egito e Catar, que negociam, em Paris, um intervalo nas hostilidades entre Israel e o Hamas. Lula não tem nada a ver com isso.

O delírio petista também se faz presente por meio de Breno Altman, o “antissionista” judeu. O guerreiro disse o seguinte sobre Lula ter comparado Israel a Hitler:

“Se eu fosse o Lula, eu dobrava a segurança. Mas a declaração dele não comparou grandezas, comparou metodologias. Na comparação metodológica, ele está correto, ou seja, a metodologia de extermínio de um povo. O Holocausto teve uma escala industrial, mas a ideia de extermínio é similar. É isso o que deseja o governo Netanyahu, uma limpeza étnica.”

Breno Altman também disse que “se continuar isso por mais tempo, o número de mortes de crianças (em Gaza) pode superar o (do) nazismo”.

Com o perdão da contabilidade macabra, as crianças mortas no Holocausto somam 1,5 milhão. Em Gaza, há 1,1 milhão de crianças e jovens com menos de 18 anos. Israel matar mais do que os nazistas é uma impossibilidade aritmética.

Imaginar que Lula possa ser morto pelo Mossad — e, por isso, precisaria redobrar a segurança — é inconvincente até como argumento de série brasileira. A pergunta é: para que Israel mataria Lula, se ele não tem a menor influência no que ocorre no Oriente Médio? Quem Israel quer matar são os chefões do Hamas.

O desatino de Breno Altman não tem lógica interna. Se Lula não comparou grandezas entre Israel e Hitler, mas metodologias, ele estava necessariamente falando da forma com a qual os israelenses conduzem as operações militares em Gaza.

O “antissionista” precisaria dizer onde estão as valas comuns de milhares de palestinos mortos em fuzilamentos, as câmaras de gás e os fornos crematórios construídos por Israel para levar a cabo a limpeza étnica da qual o seu governo é acusado.

Já não é mais só fake news, é também delírio. Com método, mas com método, e método nazista, veja só. “Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”, disse Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler. Os petistas asfixiam a verdade com gás e a jogam no forno crematório. Dá uma preguiça.

Por: Mario Sabino

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